sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Tempo da Vida

Na vida, tudo tem o seu tempo.
Constantemente, ouço pessoas comentado que estão cansadas da sua vida, que precisam imediatamente fazer alguma coisa para mudar isso.
Agora, preste atenção ao que eu tenho para lhe dizer: não mude nada! Não mude qualquer coisa com pressa ou no ápice de sua emoção. Isso pode não dar muito certo.
Se tomarmos como modelo a agricultura, veremos que, antes da colheita, vem o preparo da terra. Quando decidimos plantar algo, precisamos observar algumas coisas, como o local, a época, o clima etc. Antes de a semente ir para o solo, precisamos arar a terra, decantá-la, irrigá-la, adubá-la e só depois desse processo todo é que podemos escolher a boa semente e levá-la ao solo. Depois, esperar e esperar o tempo certo para colher o que plantamos. Isso, sim, requer fé e paciência. Precisamos, ao plantar a semente, enxergá-la depois de colhida. Visualizar o fruto em nossas mãos, na banca da feira ou na mesa de nossa casa.
Conversando com uma amiga, descobri sua insatisfação com uma relação amorosa. Vendo seu conflito pessoal, percebi sua necessidade de viver um novo amor, mas o que me preocupou foi ver imediatismo nisso.
Uma coisa eu lhe digo, querido(a) leitor(a): não adianta querer tudo rápido e de qualquer jeito. É preciso respeito com os outros e consigo mesmo. A lei da física nos diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Precisamos resolver uma relação para depois nos envolvermos com outra pessoa. Não se rompe uma convivência, boa ou ruim, de no mínimo um ano, sem que isso nos afete de alguma forma.
No caso de uma relação violenta, ficam o medo e a falta de confiança na próxima pessoa que fará parte da nossa vida. É preciso nos acostumar a viver com nossa própria presença, da qual estivemos distantes, para depois dividir o espaço com outra pessoa. Nessa situação, a solidão temporária serve como um remédio para a nossa alma.
Vejo também pessoas que fazem o contrário: ao se separarem, saem como feras pelas noites, bebendo e fumando como se só tivessem um dia de vida e precisassem vivê-lo em alta velocidade. No outro dia, chegam até a se assustar com a pessoa que escolheram para levar para a cama. Se estivessem lúcidas, não o fariam.
Por isso, amigo(a), é que lhe digo: não se preocupe em resolver tudo de maneira impensada e imediata, você poderá se arrepender muito disso. Na hora de terminar uma relação, lembre-se dos bons momentos que viveram juntos e de tudo o que foram capazes de construir: isso deverá ter mais peso que as coisas ruins. Depois, se a separação for mesmo inevitável, prepare sua vida de acordo com suas necessidades, respeite-se, espere que seu coração se cure antes de se entregar a outro alguém.
Já em um novo relacionamento, dê tempo para ele tome forma e se construa aos poucos. Se possível, namore sem pressa, sem se preocupar em juntar os chinelos numa nova aventura. Espere para que a pessoa que você acha que é o amor da sua vida possa mostrar quem é de verdade, para que ambos possam conhecer bem um ao outro e a relação amadureça.
No mais, boa sorte e seja muito feliz!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Uma pausa para uma oração

Queridos(a) amigos(as),
Peço encarecidamente que, hoje, você pare por um minuto para uma oração pelo mundo e pelos nossos irmãos cariocas. Peço não só por aqueles que morreram nas enchentes, nos incêndios ou nas nevascas da Europa e dos Estados Unidos. Peço especialmente por aqueles que estão vivos, vivendo o desespero de não saber onde estão os corpos das pessoas que amam.
Imagine-se num aeroporto ou numa rodoviária, esperando alguém que nunca chega. Agora multiplique a ansiedade pelo menos por um milhão.
Nessas horas é que vemos o quanto somos importantes uns para os outros. Amamos quem não conhecemos e choramos sofridamente por tantas mortes. Comovemos-nos por descobrir que muitos filhos morreram antes de seus pais, ou dos seus avós, quando a ordem seria a contrária.
Choramos ao descobrir que o filho chegou atrasado para pedir perdão para seu pai por tê-lo magoado no dia anterior e, quando chegou, não o achou dentro de um pijama, mas viu seu pijama enroscado num toco de madeira, longe do corpo imerso do seu pai.
Tristes por ver o carro novo sem um dono para dirigir. 
Lembra-se do Haiti, onde a imagem que mais marcou foi a de uma cruz, como a única peça que sobrara de uma igreja no terremoto de 2010? E que nessa mesma igreja nos despedimos de uma das maiores mulheres deste País, Zilda querida, que deu vida a um projeto de amor aos pobres ímpar no Brasil e no mundo? O mundo conheceu com ela o poder de nossas mulheres e o verdadeiro valor e beleza que não seja uma bunda bonita rebolando para os gringos, que depois saem falando mal daqui e de nossas valorosas mulheres.
Choramos porque não conseguimos mais guardar dentro de nós tantas dores alheias. Porque agradecemos a Deus por não estarmos entre as vítimas, mortas ou não, porque no fundo somos todos vítimas do descaso ou de nossa inconsequência, justificada por alguma coisa que não seja a verdade. No entanto, morremos um pouco mais quando descobrimos que muitos, que poderiam resolver esses problemas, viram as costas para eles e só tomam uma atitude quando algo desse nível acontece com um filho seu.
Que Deus acolha nos céus esses nossos irmãos, santos ou não, e que com eles seja feita a vontade do Pai.
Amém!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Que pena... O mundo vai acabar!

Estamos acompanhando uma mudança climática tremendamente séria em nosso planeta.
Muitas pessoas andam dizendo por aí que o mundo vai acabar. Hoje mesmo, um balconista do mercadinho perto da minha casa me disse que o que alivia o seu coração é que, desta vez, o mundo terminará em fogo e não em água.
No caminho de volta para a minha casa, vim me perguntando se isso realmente poderia acontecer! Será que Deus realmente destruiria a humanidade? Será que Ele nos quer tão mal assim? Daí vem uma pergunta desta outra pergunta.
Nas literaturas que estudo, vejo muitos dizerem que devemos evoluir, uma vez que somos a imagem e semelhança de Deus. Sendo Deus evoluído, eterno e de infinita inteligência, logo somos infinitos, eternos e inteligentes. Jesus disse: "Tu és Deus"! Será que eles, Deus e Jesus, estavam me enganando? Que brincadeira é essa?
Os cientistas dizem que a cada vinte e cinco mil anos o planeta sofre transformações. Pelo que pude descobrir em meus estudos, estamos nos aproximando do cume dessa transformação, quando o eixo da Terra sofrerá uma transformação; e algumas religiões reconhecem isso. Essas mudanças nos trarão muitas perdas. Muitas catástrofes acontecem em épocas assim.
No entanto, meus amigos, não devemos nos perder em pensamentos que não nos acrescentam em nada. Já que o mundo vai acabar mesmo, não vamos perder tempo contando piadas desrespeitosas, falando mal dos parentes, cuidando da vida alheia. Vamos, sim, curtir nossa família, ir à igreja, santuário, templo ou qualquer lugar onde existam pessoas inteligentes capazes de falar francamente, e respeitar a maravilhosa diversidade religiosa que existe no mundo. Especialmente, aqui no Brasil.
Vamos nos vingar da maldade sendo felizes de verdade! Vamos curtir o que há de melhor para ser curtido, perder o que deve ser perdido e não se arrepender de nada disso.
Portanto, chega! Que acabe o mundo, desde que eu continue sendo feliz nele de qualquer forma. Obrigado, Deus, pela razão, seja ela qual for, pela razão do meu existir!
Muito obrigado, Deus! Ou será deusa? Xi...             

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

"O Lixeiro" por Maria Eliane




É uma honra para mim escrever o prefácio de “O Lixeiro”, delicioso romance escrito por meu primo José Sandoval. Com uma narrativa fluente e agradável, a obra conta a trajetória de Toninho, um garoto pobre, negro, órfão e mudo, cuja vida sofrida poderia levá-lo a caminhos errados, mas que encontra pessoas de bom coração que o acolhem e o ajudam a desenvolver-se como um homem de bem.

“O Lixeiro” nos lembra, entre outras coisas, que aparência, dinheiro e posição social não definem o valor de uma pessoa. O que conta é o seu caráter. O romance nos fala de amor, confiança, amizade, lealdade, igualdade e fé, valorização da família, justiça, respeito e amor ao próximo. São princípios em que Sandoval acredita e que faz questão de abordar em todos os seus trabalhos. Este é o terceiro livro desse talentoso autor que tenho o prazer de ler e revisar.

Sua obra de estreia foi “Os Encantos de Altinho”, um imperdível romance no qual se mesclam a realidade e a ficção. Com parte de suas personagens inspiradas em pessoas reais, a história se passa em Altinho, saudosa cidade pernambucana onde Sandoval passou a infância. Uma dose de fantasia e mistério dá sabor e um toque lúdico à narrativa, prendendo a atenção do leitor e tornando a obra simplesmente irresistível.

Em seguida, Sandoval escreveu “Os Vencedores”, livro em que busca partilhar com os leitores um pouco do que aprendeu ao longo de sua vida profissional, do ponto de vista ético e prático. Trata-se de um texto edificante tanto para quem inicia no mercado de trabalho quanto para profissionais já experientes que desejam refletir sobre a própria postura profissional.

Quem leu os dois livros anteriores de Sandoval certamente notará em “O Lixeiro” o quanto ele tem aperfeiçoado seu talento literário, o que fica claro em aspectos como a caracterização das personagens e o desenvolvimento do enredo.

Como todo autor iniciante, Sandoval enfrentou recusas ao tentar publicar seus trabalhos com editoras comerciais. Sim, porque conquistar um espaço no mercado literário brasileiro não é tarefa fácil. Batalhador incansável, porém, ele não se deixou abater pelas dificuldades e resolveu produzir seus trabalhos de forma independente. Uma atitude empreendedora e corajosa, da qual só é capaz quem tem confiança no que faz e o faz com amor e objetivos definidos.

Meu desejo é que você, leitor, possa saborear esta obra com o mesmo prazer e o mesmo carinho que Sandoval teve ao escrevê-la e eu ao revisá-la, que tire dela o melhor proveito e que passe horas agradáveis na companhia de Toninho e seus companheiros. Boa leitura!

Maria Eliane da Silva
Revisora de Textos

Complemento de Boas-vindas

Olá, meus amigos e amigas de todas as nacionalidades, credos, opções sexuais, classes sociais e cores de pele!

Quero dizer de imediato que, para mim, é uma honra recebê-los aqui em minha nova casa virtual. Por isso, disponibilizei opções de acesso de serviços que considero ser de muita importância para a formação de um cidadão.
Cito, de início, a minha querida ABEPOLAR, onde compartilho do prazer de aprender a cada reunião sobre a preservação do nosso planeta com pessoas de extrema importância para o processo de fiscalização e estímulo para a defesa e a recuperação do meio ambiente. Se puder, acesse o link disponível nesta página e veja as verdades coerentes que essa sociedade de amigos da Terra poderá trazer para você.
Deixo aqui, publicamente, ao Dr. Lobato, que dirige esta instituição com tanta sensibilidade e inteligência, e ao querido e nobre empresário e escritor Dr. Flávio Magalhães, homem ímpar no que se refere a ideias inovadoras na defesa do meio ambiente, os meus agradecimentos por sua gentileza em receber pessoas comuns como eu, que saem fortalecidos de seus encontros e com o nobre sentimento de amor ao seu planeta e à sociedade de um modo geral.
Muito obrigado, ABEPOLAR.
Outra sugestão é acompanhar organizações como o SOS Criança e - quem sabe? - por acaso encontrar crianças desaparecidas e devolvê-las para o seu verdadeiro lar, junto aos seus familiares, de onde nunca deveriam ter saído.
Ficamos então combinados de nos encontrar a princípio semanalmente e logo, se Deus quiser, diariamente. Indique nosso blog aos amigos e me envie suas sugestões de que assuntos você gostaria que fosse abordado aqui. Prometo disponibilizar novas colunas com temas variados e com comentários sobre assuntos que acontecem diariamente no mundo, baseados em fontes de pesquisa sérios, respeitando, assim, a sua opinião pessoal e recebendo a contracrítica sobre os fatos ocorridos.
Um beijo em seu coração e bem-vindo a nossa casa.

Sou José Sandoval, escritor e seu amigo de todas as horas.

Vi na TV





Personagem: Francisco Borges de Oliveira

No dia 09 de janeiro de 2011, tive o prazer de assistir a uma cena maravilhosa e que me emocionou muito.
Enquanto assistíamos ao programa Domingão do Faustão, vimos um senhor de meia idade se apresentar cantando músicas como "We are The World", em um inglês próprio (que só ele entendia), no quadro "Se vira nos trinta".
Sua apresentação inicialmente tinha tudo para dar errado, pois, mal fora chamado, entrou cantando sem que a banda do Faustão tivesse começado a tocar direito. No meu sofá, fiquei preocupado com a reação do apresentador que, com toda a sua generosidade que de vez em quando me surpreende, deixou-o seguir em frente. Ao terminar sua apresentação, a plateia pediu para que cantasse outra música, e isso acabou acontecendo por mais duas vezes. Todos se levantaram para aplaudi-lo novamente.
Vou ser muito sincero com você agora, meu Caro Leitor. Preparei-me para sair da sala quando fui surpreendido por aquele modesto artista popular, que se formou na escola da vida, cantando pelas ruas em troca ou não de algumas moedas, mas acima de qualquer coisa, cheio de vontade de dar certo. Por isso, precisamos prestar mais atenção a qualquer sinal de talento das pessoas que estão a nossa volta e estimulá-las a seguir seu caminho se aperfeiçoando a cada dia. Ao invés de criticar, apoie. Quem sabe se essa pessoa der realmente certo um dia, você possa ter sido a pessoa que deu seu primeiro empurrão para uma carreira promissora. Somos, na verdade, não formadores de opinião, embora a nossa língua coce muito o dia inteiro, mas possíveis criadores de uma vida melhor para alguém ou para todos.
Busque alguém que possa ajudar aquele que lhe pede socorro dentro dos seus relacionamentos. Não tire proveito daqueles que estão hoje fragilizados, pois um dia - quem sabe? - pode ser você que esteja precisando de ajuda. Não espere o reconhecimento pelo seu feito. Faça-o por amor e nunca por interesse.
Seja um instrumento de Deus sempre que Ele colocar diante de você alguém que precise e mereça ser ajudado.
Quanto ao Seu Francisco, com certeza ele aproveitou muito bem os seus cinco minutos de sucesso e colherá, com certeza, grandes resultados por seu feito em cadeia nacional. Seu sucesso só está começando.


Boa sorte, Seu Francisco!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

"Minha Nova Chance" - LANÇAMENTO PARA 2011

Capítulo 02

Reflexão

Durante muito tempo em minha vida, acreditei estar sendo perseguido ou injustiçado. Acreditava piamente que todos os outros estavam errados, e eu era o único certo. Que minhas verdades estavam sendo distorcidas e jogadas no lixo sem que fossem apreciadas.
Mas a vida nos impõe algumas pegadinhas que nos desequilibram e enfraquecem no momento em que acontecem. Porém, é a nossa ambição que nos envolve em nossas inverdades e que nos engana em vaidade.
Somos fruto de nossa própria criação e subjugamos todos os outros conceitos de existência. Acreditamos estar no centro de um universo escuro e profundamente solitário. É como se as estrelas não tivessem outra importância que não a de alegrar a nossa noite eterna. Desde a minha juventude, cometi erros dos quais hoje me arrependo profundamente. Às vezes, enquanto caminho pelas ruas desenvolvendo o meu trabalho de representante comercial, começo a me lembrar de atitudes infantis e incoerentes que hoje, com a bagagem de vida que possuo, não tomaria jamais. Mas, no deleite de uma vida plena de vontade de me corrigir a tempo e ajudar a construir um mundo melhor para a humanidade vindoura, entro num absurdo conceito de condenação pessoal e acabo com isso me enfraquecendo e demorando muito para tomar decisões importantes para mim e para os outros.
Precisamos, de vez em quando, fazer uma limpeza profunda em nosso armário mental, pois lá podem estar guardadas lembranças profundamente nocivas a nossa saúde e, com elas, podemos estar nos envenenando aos poucos.
Um dos pecados mais graves que podemos cometer é a maledicência com a vida alheia. O maldizer é um péssimo habito humano e não existe um só espírito sobre a terra que não cometerá algum dia esse pecado. Quando deixamos de procurar soluções para os problemas comuns a todos e paramos nossas vidas para cuidar da de outros, incorremos num crime contra as leis naturais do universo. Com uma frase-chave, JESUS nos deu um conselho que qualquer homem razoavelmente inteligente deve seguir sem titubear: “AMAI A TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO”!
Como seremos felizes, nesta ou em qualquer outra vida, se perdemos mais tempo vivendo a vida dos outros que a nossa própria? Como prosperaremos como espíritos e como pessoas, se não formos nós mesmos, mas uma maneira que criamos para enganar os outros? Não dá para representar o tempo todo, não é mesmo? Sendo assim, devemos parar urgentemente para nos conhecer e descobrir nossos valores pessoais e colocá-los em prática rapidinho.
Durante alguns dias, fiquei pensando naquela conversa que tive com aquele ser especial que me visitou no meu quarto. A princípio, o pensamento que me assaltou foi o de que ficara maluco sem perceber, mas conforme os dias passavam, comecei a perceber as mudanças que ele deixou em meu espírito e em minha mente.
No trajeto diário de trinta e cinco quilômetros de Suzano até Guarulhos, começaram-me a surgir coisas que até então eu não havia percebido. Coisas como o nascer do sol, a lua que se apresentava em alguns dias mais cedo de maneira bem clara, misturando dia e noite com duas estrelas tão especiais. Quantas coisas começaram a ter um valor mais relevante para mim, não que antes eu não o desse, mas agora era totalmente diferente.
Como um bom pernambucano, sempre adorei forró, mas a música clássica entrou suavemente em minhas veias e mudou o meu sangue para melhor. Voltei a gostar de pintar minhas telas, a querer assistir espetáculos de dança e teatro, era como se uma avalanche de prazeres sutis me abraçasse aos poucos. Mas, entre todas essas coisas, a necessidade de me tornar cada vez mais humilde era, sem dúvida nenhuma, o marco zero dessa nova geografia humana que despertara em mim.
“O homem não precisa de adornos, mas sim de essência!”
Esta frase se tornara uma constante em meu pensamento, a cada vez que a vaidade de mostrar para alguém em que estava me transformando. O meu espírito manifestava dentro de mim um profundo conhecimento que eu nunca teria conquistado por minha própria cultura, devido a uma vida de necessidades desde a infância, não podendo frequentar grandes escolas ou núcleos culturais bem-estruturados. Mas isso, na verdade, não importa muito, pois a base que um homem precisa para ser digno eu tenho: o orgulho de dizer que, quando criança, tive os melhores pais que alguém pode ter.
Comentei com minha irmã caçula, Silvaneide, sobre estas transformações e ela gravou para mim algumas sinfonias que tinha, pois é professora de crianças especiais e as usa nas atividades, como diz ela, com os seus bebês.
Minha irmã mal sabia o bem que estava a me fazer.

"O Lixeiro" (trecho) - LANÇAMENTO PARA 2011

Capítulo 01


Uma segunda-feira do mês de dezembro de 1970.
– Toninho!
– Já vou, mãe.
– Vá buscar sua irmã na escola.
– Tá... Já vou!
Era um dia fresco de verão, embora pouco comum para os padrões brasileiros. Toninho era um menino negro e muito feliz, de uma família de oito irmãos. Seu pai trabalhava em uma fundição na cidade e sua mãe era diarista e não conseguia ganhar muito, pois nem todos aceitavam uma senhora negra para trabalhar em sua casa. Sendo o segundo filho do casal, Toninho cuidava dos irmãos menores, já que Carlão havia tomado os caminhos nada convencionais das drogas e se afastado da família, deixando os pais à beira da loucura. Há dois anos, Carlão fora preso por tráfico de cocaína e estava jurado de morte, se não pagasse sua dívida com os outros traficantes ao sair da cadeia.
Passados dois anos e seis meses de sua prisão, Carlão saiu em liberdade condicional e foi direto para a casa de seus pais. Decidido a mudar de vida, jurou para seus pais e para si próprio que dali em diante recomeçaria do zero.
No primeiro dia de sua liberdade, Carlão foi procurado por um de seus antigos fornecedores, que não estava disposto a esquecer sua dívida e tornou a ameaçá-lo de morte, caso não a pagasse.
Carlão pediu um prazo, disse que iria arrumar um emprego para pagá-lo em pouco tempo.
Passaram-se dois meses e Carlão não conseguiu o dinheiro. O traficante, que trazia em seu coração centenas de pedras, jurou sua família de morte: primeiro seus pais e depois seus irmãos, amontoando os corpos uns sobre os outros.
Depois de uma semana, não tendo recebido seu dinheiro, o traficante voltou. Eram cerca de duas horas da madrugada e todos dormiam. Ele e seus comparsas metralharam o barraco da família de Carlão, matando a todos sem piedade. Todos dormiam abraçados uns aos outros, pois no barraco só havia três camas. Somente Toninho, que dormia no chão do banheiro por trás da porta que dava acesso a um pequeno lavatório, passou despercebido pelos assassinos impiedosos. Como se não bastasse tamanha crueldade, Carlão foi queimado e atirado em um pequeno córrego atrás do seu barraco. Em seguida, atearam fogo ao barraco e Toninho foi retirado às pressas por seus vizinhos quando perceberam a fuga dos bandidos e correram na intenção de salvar a família.
Ao acordar, Toninho percebeu o ocorrido e, desesperado, correu para os destroços do barraco, procurando inutilmente sobreviventes. Quando percebeu que já era tarde para isso, calou-se para sempre. Sua família havia sumido do mapa, mal sobrara qualquer pedaço de pano, um brinquedo ou seus documentos para provar sua existência no mundo. Não havia mais nada, além de sujeira, cinzas, saudade e tristeza.
Toninho foi levado ao Juizado da Infância e da Juventude, que o abrigou por algum tempo. Em seu rosto, ficaram marcas de queimaduras e uma fisionomia dura e devastadoramente agressiva, embora seus gestos não expressassem isso. O juiz nomeou a avó paterna para cuidar do menino. Ela tentou rejeitar o garoto. Mas, pela insistência da justiça, acabou por levá-lo para sua casa, onde o maltratou por longos anos.
Toninho sofreu de sua avó as mais cruéis maldades, pois ela o culpava pela morte de seu filho único, o pai do garoto.
– Por que não morreu no lugar de seu pai, negrinho maldito e inútil? – dizia sempre ela, sob efeito de álcool.
Além dos maus tratos da avó, na escola os garotos o discriminavam por sua cor e por ser mudo. Havia um colega em especial, que morava na rua da qual a sua era uma pequena travessa. Esse garoto, dotado de pele clara, cabelos loiros e olhos verdes, tratava-o com uma estranha crueldade. Seu nome era Marcelo, educado sob forte influência do racismo, personificado por seu pai.
Em todas as atividades esportivas da escola em que o professor deixava os alunos escolherem os seus times, o tal Marcelo, se não fosse o selecionador, convencia seus colegas a tirá-lo do time e se divertia ao vê-lo chorar à beira da quadra. Marcelo era filho de um militar do exército. Herdou de seu pai uma arrogância e uma crueldade sem fundamentos.
Os anos foram passando e a perseguição de Marcelo e sua turma foram minando os nervos de Toninho. Certo dia, em um jogo de futebol, Toninho, muito mais hábil que Marcelo, deu-lhe um drible, depois conseguiu fugir da falta traiçoeira do Juca em defesa da honra de Marcelo e marcou um golaço merecedor de uma medalha. Depois da partida e de enfrentarem a zombaria dos colegas e dos rivais, os dois garotos e mais três covardes atacaram Toninho na volta para casa e o feriram a ponto de fazer um corte profundo em sua face direita.
Ao chegar em casa, Toninho ainda foi castigado severamente por sua alcoolizada avó, por arrumar confusão com o filho do militar que, para ela, era um homem distinto.
A infância de Toninho foi cheia de maldades e misérias, atiradas de corações de pedra por todos os lados. Já adolescente, conheceu um velho médico chamado Antenor que, sempre que o via passar por sua rua, tratava-o com carinho e gentileza, bem diferente dos demais a sua volta.
Toninho era ainda muito arredio e fugia sempre que o via, atravessando para a outra calçada, achando que ele era mais um que se aproximava para se aproveitar ou judiar dele.
Certo dia, depois de mais uma agressão da turma de Marcelo, Toninho sofreu um desmaio ao passar pela calçada do Dr. Antenor. Foi recolhido pelo velho médico e levado ao pequeno consultório que ele mantinha na própria residência para atender pessoas necessitadas da cidade, embora trabalhasse em um hospital na capital.
Minutos depois, o garoto acordou já com os ferimentos cobertos e tratados e, ao deparar-se com o médico a sua frente, correu desesperadamente para a rua em direção a sua casa. Ainda sem entender o que havia acontecido, o garoto mal percebera os ferimentos e os curativos feitos pelo doutor e sua mulher, Sara.
Dr. Antenor não tinha filhos e, ao lado de sua linda mulher, levava uma vida confortável em sua mansão, com um jardim bem planejado e cuidado por Dona Sara, que fazia daquele lugar um verdadeiro pedacinho do céu.
No dia da fuga de Toninho do consultório, ao ver seu marido preocupado com o garoto, Dona Sara abraçou-o, confortando-lhe o coração, e com muita sabedoria o aconselhou:
– Meu amado marido, contenha a sua tristeza! Esse garoto deve sofrer as mais variadas torturas da vida. Seu coração é arredio, mas a sua alma é boa. Eu vejo isso nos olhos dele. Tenha cuidado para não lhe dar expectativas vãs, que poderiam levá-lo a um estado emocional muito pior do que o atual.
– Claro, querida! Fico muito grato por sua compreensão e seus conselhos tão sábios. Eu não esperaria nada menos de você. Nestes cinquenta anos de matrimônio e nesta infinita solidão a dois, percebemos que o dinheiro para nós não tem tanta importância e que o valor das pessoas é muito maior, independente de classe social ou cor de pele.
O velho Antenor já havia passado dias duros, por uma decepção muito grande no ambiente familiar. Deprimido, fora parar nas ruas como mendigo. Assim permaneceu por um bom tempo, até que, estimulado pela vida, voltou a exercer a medicina, recuperou-se e seguiu prosperando.
No dia seguinte, escondido entre os galhos de um arbusto, Toninho observava o velho casal colher e podar as flores do seu jardim. De maneira instintiva, Dona Sara, mesmo sem se voltar para o garoto que estava atrás dela, disse-lhe com generosidade:
– Por que não entra e vem nos ajudar?
Toninho, assustado com a percepção da mulher, sentou-se na calçada sem saber o que fazer.
– Venha, precisamos de ajuda! – continuou docemente Dona Sara, enquanto o velho Antenor os observava com os olhos marejados de lágrimas.
Devagar, Toninho se aproximou do portão de entrada, feito de madeira vermelha e muito comum na época, que estava semiaberto, como se já o esperassem. O garoto entrou desconfiado, escondendo-se à sombra de uma mangueira que ficava no canto direito do terreno da casa principal. Dr. Antenor pediu que pegasse o saco de estopa que estava ao seu lado e recolhesse as folhas secas espalhadas no jardim para serem removidas dali.
Toninho, aos poucos, foi se aproximando do casal que, com doçura e tato, buscava conquistá-lo.
Embora fosse estimulado constantemente pelo casal, o sorriso do menino mudo insistia em não aparecer. Dia após dia, sua aproximação era feita por gestos, como um aceno com a cabeça ou um dedo apontado para o local onde deveria deixar uma caixa ou pegar uma fruta para se alimentar. Toninho ganhava agrados, como peças de roupas ou moedas para comprar um lanche melhor para a escola, mas pouco sabia o casal sobre a história do garoto.
Uma coisa ainda intrigava Dr. Antenor e sua esposa. Quando lhe faziam perguntas, o garoto não respondia e logo seu semblante se entristecia. Presumindo que aquelas perguntas causavam-lhe muita dor, calavam-se em seu respeito.

"O Medalhão de Nicéia" (livrarias: Musicultura e Nobel Suzano)

Capítulo 07

A Colônia
Minutos depois…
- Que lugar é esse? – disse Jorge Lúcio, ao abrir seus olhos.
Estava numa enorme sala branca. Sua arquitetura de linhas retas, sutilmente curva nos cantos, lembrava um santuário com que sonhara há muito tempo. Uma pequena névoa forrava o chão e um silêncio contínuo o incomodava profundamente.
Levantou-se vagarosamente e seguiu por um corredor extenso e frio. Nada de janelas. Nada de pessoas. Nenhum sinal de vida.
Caminhou por alguns minutos até chegar a um jardim suspenso e, sob ele, havia um lago natural como se fosse um extenso espelho d’água com um pequeno cardume de carpas coloridas e raras. Em sua superfície, um grande número de orquídeas, das mais variadas possíveis. Tudo era muito limpo e bonito.
Seguiu uma trilha de piso brilhante que o levava por uma pequena floresta cheia de pedras arredondadas, perfeitas como se fossem talhadas por mãos de artistas espirituais. Conduzido por uma estranha energia, chegou a uma linda praça onde encontrou seus amigos, Aline, Antônio, Júlio e Maria Lúcia.
Entreolharam-se com um terno sorriso e, apascentados por aquele tranqüilizante cenário, aproximaram-se, cumprimentando-se com o carinho de quem reencontra velhos amigos.
- Que surpresa é esta? – comentou Jorge Lúcio com simpatia.
- Pensei não vê-lo mais. – comentou Aline com o amigo recém chegado.
- Que lugar é esse, gente?
- Pensamos que você nos responderia essa questão. – afirmou Júlio, surpreso pela indagação do amigo.
- Eu nunca estive num lugar tão bonito. Parece um sonho para mim! Vocês já viram as cores do céu?
- Ah, minha querida! Há tanta coisa linda aqui embaixo para ver, que o céu me passou despercebido. – comentou Aline encantada.
Riram todos com o sincero comentário da moça.
- Sigam para a capela. – sussurrou uma voz distante em seus ouvidos.
- Vocês ouviram isso? – perguntou Antonio.
Todos confirmaram tê-lo ouvido. Seguiram juntos, a caminho de uma pequena cúpula que lhes parecia maior a cada passo, localizada ao centro de um enorme gramado. Quando se aproximaram, perceberam acenderem-se as luzes internas da cúpula central. Circularam por todo o lugar e não encontraram nenhuma porta de entrada.
Jorge Lúcio, admirado, tocou numa das paredes externas da cúpula e automaticamente seu centro recuou, como se as paredes laterais e o teto fossem uma peça só.
O ambiente central lembrava uma pequena capela católica, com uma cruz no alto do altar e todos os detalhes das peças que ornamentavam o lugar, que não tinha quaisquer tipos de imagens de santos, eram de ouro puro, prata muito brilhante, o centro forrado de diamantes e pedras preciosas.
- Surpresos? – dizia a voz invisível a seus olhos.
- Quem é você? – perguntou Jorge Lúcio.
- Como vai, meu rapaz?
- Estou bem. Mas, por favor: com quem estamos falando?
- Meu nome é Paulo. Eu sou o guardião desta colônia.
- Que tipo de colônia é esta? – perguntou Maria Lúcia.
- Uma colônia de recuperação espiritual, filha.
- Em que país nós estamos? – quis saber Júlio.
- Aqui não há país, nem bandeira, nem idioma. Aqui nós somos diferentes do local de onde vêem. Temos nossa própria constituição e nossas leis dependem de DEUS. Aqui, todos nós somos iguais em direitos e deveres. Nossa hierarquia foi formalizada por seres infinitamente superiores a nós e somos subordinados a suas ordens e vontades.
- De que material são feitas as suas paredes? Estes jardins são totalmente diferentes de tudo o que eu já vi antes. São flores naturais? – perguntou Jorge Lúcio.
- São plasmados, querido. Sua matéria não é comum a vocês. Por mais que eu tente ilustrar, não reconhecerão suas composições mais sutis.
- Tudo bem, mas o que fazemos aqui? – perguntou curioso e irritado Antônio.
- Sigam-me, por favor.
- Como faremos isso, se não o enxergamos?- indagou Maria Lúcia.
- Embora não me enxerguem, sentem minha presença. Sigam os seus corações.
Todos ficaram sem saída por uns minutos, até que Aline reconheceu uma energia a sua volta.
- Venham. É por aqui. – disse, convicta, a moça.
Caminharam por algum tempo, até que se depararam com uma torre de cristal transparente. Entraram por uma bela e brilhante porta que se abria ao centro e media cerca de cinco metros. No seu interior, um piso azul claríssimo acendia uma luz clara sob suas pegadas e os visitantes, de certa forma, se divertiam com isso. Foi o suficiente para que relaxassem um pouco e esquecessem a bela estranheza do local.
Aline, que tomava a dianteira de todos desde o primeiro instante da caminhada, parou diante de algo que parecia um elevador panorâmico. Aproximando-se da porta, sentiu o frescor aromado do ar puro que vinha da pequena floresta ajardinada do outro lado do prédio.
Puseram-se sobre uma rampa prateada e aquele elevador sem paredes subiu, circulando o prédio, mostrando toda a colônia da base do edifício aos confins do horizonte a sua frente.
As imagens que se viam eram impressionantes e multidão não havia que preenchesse tantas moradias, belamente plasmadas com estranha matéria. O silêncio foi quebrado de repente.
- Vocês viram isso? – gritou, assustado, Jorge Lúcio.
- O quê? De que está falando? – perguntou Antônio, segurando a sua mão.
- Vulto. Um vulto estranho que passou diante de nós! Ele tocou em mim.
Assustados, abraçaram-se, enquanto o elevador parava.
Suavemente, entraram numa imensa sala cor de rosa enfeitada por adereços dourados em suas bordas superiores de onde saía fumaça perfumada. O clima, em seu interior, era muito agradável e havia muita luz por todos os lados. Um violino espalhava por todo o ambiente uma música linda e desconhecida, de um ritmo jamais ouvido pelos visitantes.
Caminharam mais um pouco até que em um longo corredor se abriu uma imensa porta dourada, com um imenso brasão ao centro. Desconfiados, entraram de mãos dadas, até que se depararam com uma imensa mesa ovalada, e cadeiras enormes e confortáveis. No extremo da mesa, uma imensa cadeira chamava a atenção.
Sentaram-se, um a um, seguindo a sua intuição, conforme ressaltou a voz de Paulo. Bem acomodados, trocavam olhares em silêncio, aproveitando a profunda tranqüilidade proporcionada pelo ambiente tranqüilo e belo.
Pouco depois, entrou pela porta principal um homem jovem, de cabelos negros e estatura média. Andava descalço e suas vestes eram tão brancas que lhes ofuscavam as vistas. Sua figura transmitia sabedoria apesar da pouca idade e sua face inspirava confiança. Tranqüilo, dirigiu-lhes suas primeiras palavras.
- Sejam bem vindos, meus amados, a nossa querida colônia! Espero que tenham gostado de nossas acomodações e que se sintam em casa durante o tempo em que estiverem aqui. Como puderam perceber, esta colônia é realmente um lugar muito especial. Somos trabalhadores de Cristo Jesus, no propósito de restaurar vidas, tanto no campo espiritual, como em todo o vosso planeta. Alguém tem alguma pergunta a ser feita?
O silêncio se fez presente por algum tempo. Todos se entreolharam na expectativa de que algum se manifestasse a respeito de suas várias curiosidades, até que Aline não conseguiu se conter.
- Eu tenho. – disse a moça, levantando o dedo como nos tempos de escola.
- Diga, Aline. Sou todo ouvidos.
- O que exatamente viemos fazer aqui?
- A pergunta é importante e oportuna para o momento. Sua presença aqui se faz necessária por uma causa muito nobre. Temos uma importante missão para vocês.
Todos vocês participaram de uma busca muito especial. Há muito tempo foi perdida uma peça muito especial para a nossa colônia e esta peça é também muito importante para a continuidade de sua esfera planetária.
Na criação Divina todos os pontos são muito importantes um para o outro. Nada que existe no universo tem vida isolada. Tudo o que foi criado por DEUS tem importância para o conjunto de nossas mais variadas existências.
Como devem ter percebido, tudo em seu planeta tem dois ou mais lados, como por exemplo: o sol e a lua, o bem e o mal, o céu e o inferno, a noite e o dia e etc.
Se pararmos para pensar direito, para que serviriam estas coisas isoladamente? Como perceberíamos o som se não existisse antes o silêncio? Como saberíamos o que é o calor, sem ter o frio para compará-lo?
- Desculpe, Paulo. Mas, ainda não entendi aonde quer chegar. – interferiu Antônio.
- Bem. Vou ser mais breve e claro. Há mais de mil e oitocentos anos, perdemos uma peça de suma importância para a nossa colônia e isso tem nos gerado um forte desequilíbrio, por centenas de anos seguidos e seus reflexos começam a representar grande perigo para a Terra.
- O senhor pode nos dizer do que está falando? – completou ansiosa Maria Lúcia.
- Claro, querida! Estamos à procura do nosso precioso medalhão que foi extraviado e precisa ser encontrado para o bem de todos. A falta desse medalhão está desequilibrando o nosso plano e o vosso e a vida de todos corre risco neste momento.
- Eu não acredito que você nos tirou de nossa vidas para vir aqui ouvir uma baboseira dessas. Que medalhão que nada! Eu deixei minha família, minha igreja e meus irmãos para vir neste lugar estranho ouvir esta piada. Agora só me falta dizer que existe vida após a morte. Isso mais me parece coisa do demônio. – disse Antônio, bravo.
- Calma, rapaz! Deixe-o terminar. – pediu tranqüilo Jorge Lúcio.
- Esse medalhão tem para a nossa colônia um valor especial é de uma importância ímpar para a nossa existência. – continuou Paulo – sem este medalhão a existência de nosso planeta corre sério risco e a continuidade da raça humana será quase impossível.
Vocês foram escolhidos por seus valores individuais e porque cada um de vocês tem um ponto de crise idêntico ao nosso medalhão. Cada qual terá que se resolver durante o percurso e, conseqüentemente, superar os obstáculos que os impedem de serem felizes.
Todos se mantiveram calados, pensativos. Paulo prosseguiu:
- Agora vocês se recolherão a seus aposentos e estarão à vontade para decidir se continuarão ou não até o final desta expedição.
Cada um de vocês terá uma sentinela que os acompanhará até os seus aposentos. Eles estarão a sua disposição desde já para qualquer coisa que precisarem. Agora, podem se recolher. Nós nos veremos amanhã.
Saíram todos, calados. Pequenas luzes cintilantes tomaram a frente, levando cada qual para um quarto do tamanho de um apartamento luxuoso. Imensa tela cobria toda a parede oposta à porta de entrada. Os móveis, de cores claras e suaves, eram de um conforto sem par. Suas sentinelas se mantinham em silêncio.
Passadas algumas horas, as telas das paredes começaram a mostrar imagens de suas vidas passadas e presentes. Eram minuto a minuto informados de seus familiares.
Profundamente relaxados, descansaram até adormecerem confortavelmente, ninados por uma melodia constante e suave.

"O Medalhão de Nicéia" (resumo)

Uma viagem no tempo até 325 d.C, quando quatro pessoas, de religiões diferentes, tiveram que conviver em um alucinante viagem no tempo. Junto a eles, Jorge Lúcio, um mendigo de uma inteligência surpreendente e cheio de mistérios no que se refere ao seu passado. Obstáculos naturais e alucinações terríveis fazem parte desta emocionante aventura.
Nesta história, uma coisa seria primordial para o sucesso da missão: conviverem com as diferenças religiosas e compreenderem que, mesmo sendo tão diferentes, poderiam salvar o planeta de uma catástrofe, desde que, no dia do Concílio, encontrassem “O Medalhão de Nicéia”.

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Eu estava ansioso por sua visita!


Estava ansioso por sua visita. Sente-se. Fique à vontade.
Neste momento mesmo, eu estava pensando em você. Acabei por separar algumas partes dos meus livros, especialmente para você conhecer melhor o meu trabalho.
Leia com atenção e no campo de comentários, por favor, deixe o seu recado em seguida.
Preparei também algumas crônicas curtas e de fácil leitura e compreensão, sobre assuntos atuais. Além disso, trarei sempre novas matérias sobre doenças raras, descobertas científicas e novos tratamentos para esses casos.
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A minha intenção é prestar um bom serviço para você que também está à procura do Caminho do Universo do conhecimento humano!
Um enorme beijo em seu coração e um doce abraço em sua linda alma.